Em um cenário econômico desafiador, direcionar recursos não apenas para dividendos imediatos, mas para o futuro da empresa, pode ser a diferença entre estagnar e prosperar. Ao reinvestir parcela dos resultados em inovação e estrutura, as organizações brasileiras garantem competitividade, sustentabilidade e maior resiliência diante de mudanças.
Para 2025, o Brasil projeta um crescimento do PIB entre 1,8% e 2,3%, com inflação próxima de 5% a 6%. O primeiro trimestre mostrou empresas elevando lucros líquidos ajustados em até 32% ano a ano, resultando em ROE máximos de até 30%. Ainda assim, apenas 51% superaram estimativas de mercado, enquanto 26% ficaram abaixo. Esses números revelam dupla urgência de segurança e ousadia: manter a saúde financeira e preparar o terreno para novos avanços.
Com receita anual de R$ 290,9 trilhões das companhias abertas, as oportunidades são enormes. Porém, volatilidade, concorrência acirrada e avanços tecnológicos obrigam gestores a olhar para dentro: dedicar parte estratégica dos lucros em iniciativas que garantam longevidade ao negócio.
Empresas inovadoras não apenas atraem atenção do mercado, mas capturam novas fatias de público, consolidam sua marca e elevam margens. Setores que apostaram em projetos diferenciados viram margens brutas subirem até 4,9 pontos percentuais em 2025 e backlog de receitas crescer 62% ano a ano.
Para estruturar um setor de inovação eficaz, três pilares são indispensáveis:
Ao centralizar processos de inovação e quantificar seus impactos por meio de indicadores, a empresa ganha mais agilidade na tomada de decisão e maximiza o ROI de novos produtos, serviços e processos.
Uma abordagem isolada pode resultar em projetos que ficam à margem das operações diárias. Por isso, é crucial alinhar a estrutura organizacional à estratégia de inovação, criando modelos flexíveis e times autogerenciáveis.
Os principais ganhos de uma estrutura sólida são:
Empresas com integração efetiva entre setores registraram aumento de até 20% na eficiência operacional, reduzindo desperdícios e tempo de entrega.
Não existe fórmula universal, mas algumas diretrizes setoriais ajudam a balizar decisões:
Esses percentuais podem variar conforme porte, maturidade e modelo de negócio. O ideal é estabelecer metas anuais e monitorá-las via KPIs, ajustando o investimento conforme resultados.
Para algumas empresas, começar com 10% do lucro líquido e aumentar gradualmente, conforme maturidade dos processos de inovação, é uma estratégia segura e eficaz.
Mensurar o retorno é fundamental para comprovar a validade do investimento e atrair patrocínio interno. Indicadores comuns incluem:
Uma grande companhia de telecomunicações brasileira, por exemplo, investiu 12% do lucro em um laboratório de IA e aumentou a precisão de roteirização em 35%, reduzindo custos operacionais e melhorando a experiência do usuário.
Outro caso é de uma indústria de autopeças que direcionou 10% dos ganhos para digitalização de linhas de produção, atingindo redução de 25% nos defeitos e acelerando entregas em 18%.
Independentemente do porte, é possível dar os primeiros passos ainda este trimestre:
Essas ações iniciais criam um movimento orgânico, estimulando a cultura e estabelecendo processos básicos de governança de inovação.
Reinvestir parte do lucro em inovação e estrutura não é um luxo, mas uma necessidade em um ambiente de negócios dinâmico e competitivo. Ao combinar visão estratégica de longo prazo com execução disciplinada, as empresas brasileiras podem transformar resultados positivos em bases sólidas para o futuro.
O caminho exige coragem para direcionar recursos próprios, mas recompensa com maior resiliência, produtividade e capilaridade no mercado. Comece hoje: defina percentuais, estabeleça indicadores claros e construa equipes alinhadas. Assim, sua empresa estará pronta para surfar a próxima onda de transformação global.
Referências