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Esteja preparado para pivotar quando necessário

Esteja preparado para pivotar quando necessário

28/07/2025 - 22:05
Giovanni Medeiros
Esteja preparado para pivotar quando necessário

Vivemos em uma era de mudanças intensas, na qual flexibilidade e adaptação contínua são cruciais para a sobrevivência de qualquer empreendimento. Saber quando e como redirecionar a trajetória do seu negócio pode ser a diferença entre estagnar ou prosperar.

Este artigo vai guiá-lo por conceitos, cenários, riscos e práticas recomendadas para que você esteja sempre pronto para ajustar sua estratégia sem hesitar.

Compreendendo o conceito de pivotar

Pivotar significa realizar uma mudança estratégica em um negócio, seja alterando produto, público-alvo, modelo de receitas ou processos operacionais. É uma resposta deliberada a fatores internos e externos que comprometem ou limitam o potencial de crescimento.

Startups, PMEs e até grandes empresas têm adotado esse movimento para se reposicionar diante de crises, avanços tecnológicos e transformações de mercado. Entender esse conceito é fundamental para não encarar o pivô como fracasso, mas sim como oportunidade de renovação e crescimento.

Cenários e números que pressionam mudanças

Dados do IBGE revelam que quase 50% das empresas brasileiras fecham nos primeiros cinco anos de vida, evidenciando a necessidade de respostas ágeis a flutuações de mercado. Grandes redes de franquias, por exemplo, estimulam a adaptação local ou a transferência de unidades para mitigar riscos e aproveitar novas oportunidades de crescimento.

Em diferentes segmentos, a inovação disruptiva e a mudança no comportamento do consumidor impõem um ritmo de transformação constante. Ignorar esses sinais pode levar a perdas de receita, quedas de relevância ou até ao fechamento definitivo.

Situações que exigem avaliação de pivot

Nem toda dificuldade demanda um grande redirecionamento, mas alguns cenários sinalizam a urgência de uma nova rota:

  • Queda nas vendas que persiste mesmo após ações de marketing;
  • Mudança abrupta na demanda ou no perfil do cliente;
  • Novas regulamentações que oneram processos ou produtos;
  • Limitações financeiras ou falta de capital de giro;
  • Ausência de sucessores ou líderes-chave para continuidade.

Ao identificar esses sinais, é hora de analisar alternativas e escolher o melhor caminho para manter a empresa saudável e alinhada aos objetivos.

Opções de adaptação e transformações estratégicas

Existem diferentes modelos de pivotagem que podem ser adequados ao seu estágio de negócio, visão de futuro e recursos disponíveis. A tabela a seguir apresenta as principais opções, com seus prós e contras.

Riscos e cuidados fundamentais

Cada estratégia envolve desafios específicos. Questões tributárias e legais podem surgir ao transferir ou dividir empresas, exigindo análise minuciosa de contratos e obrigações trabalhistas. Ao adquirir um negócio pronto, dívidas ocultas e passivos podem comprometer o caixa se não forem detectados antecipadamente.

Já abrir múltiplas unidades ou investir em franquias demanda capacidade de gestão e coordenação entre equipes distintas. A burocracia e os custos operacionais elevam-se, e o empreendedor precisa estar pronto para lidar com regulamentações e tributos variados.

Por fim, qualquer pivô depende também de fatores exógenos, como crises econômicas, flutuações cambiais ou mudanças regulatórias bruscas, que fogem ao controle do gestor.

Aspectos humanos e organizacionais

Decisões de pivotar impactam diretamente a cultura interna. É natural haver resistência por parte de funcionários, fornecedores e clientes. Por isso, transições graduais e bem comunicadas tendem a gerar menos atritos e mais engajamento.

Ter pessoas certas ao redor — profissionais com mentalidade aberta, dispostos a aprender e a colaborar — é decisivo para a execução eficiente de uma nova estratégia. Investir em treinamento e alinhar expectativas constrói um ambiente favorável à mudança.

O empreendedor também carrega o peso das decisões: avaliar dados, cenários e opiniões de especialistas antes de agir. A autoconfiança combinada com humildade para ajustar rotas conforme surgem novas informações faz parte do processo.

Recomendações para um pivot bem-sucedido

Para reduzir incertezas e aumentar as chances de êxito, considere as seguintes práticas:

  • Buscar consultoria especializada para análises financeiras e legais;
  • Manter transparência e análise realista das capacidades do negócio;
  • Definir objetivos claros e definidos antes de iniciar qualquer mudança;
  • Comunicar o plano de forma contínua a todas as partes interessadas;
  • Monitorar indicadores-chave para ajustar o pivô em tempo real.

Exemplos práticos e tendências

Franqueadoras oferecem descontos em taxas e compras para multifranqueados que diversificam suas unidades, unindo força de marca à penetração local. Empresas que transferem parte de suas operações para terceiros rentabilizam ativos subutilizados e concentram-se no core business.

Outros empreendimentos optam por modelos híbridos, combinando autogestão e parcerias estratégicas que permitem acesso a novos mercados sem perder a identidade. Cada caso reforça a importância de analisar contexto, recursos e riscos antes de dar o próximo passo.

Conclusão

Pivotar não é um sinal de fraqueza, mas de coragem e visão de futuro. Preparar-se para essa jornada exige planejamento, dados concretos e uma equipe alinhada. Com as práticas certas, você transforma desafios em oportunidades e garante que seu negócio se mantenha relevante em qualquer cenário.

Esteja sempre disposto a olhar para o horizonte, ajustar velas e navegar em direção ao sucesso.

Giovanni Medeiros

Sobre o Autor: Giovanni Medeiros

Giovanni Medeiros